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24 de fevereiro de 2011

Uma nova mulherzinha

Vou me matricular na academia. Vou puxar ferro até me hipertrofiar e parecer um travesti. Meu esporte é natação e IPSC, esporte arte, esporte mente, não serve pra me tornar mulherzinha.

Chique demais, a onda é maromba. Talvez um jiu-jítsu, pra conhecer e travar amizade com uns caras grandes e briguentos, com quem eu vou passar a frequentar boates lotadas de outras piranhazinhas como eu. Preciso formar uma turma. Fundamental uma turminha.

Vou fazer luzes no cabelo, adotar o salto plataforma e diminuir bem a minha saia. Feito isso, algumas semanas assistindo Big Brother, A Fazenda, Estrelas e novela das oito vão certamente completar minha transformação, atrofiando meu cérebro (tchau, querido, foi bom enquanto durou...).

Ai eu vou conhecer uns pagodeiros pelo mundo e serei feliz.

Ou posso vasculhar a internet a procura de citações de filósofos que eu nunca li direito, me postar num reduto de alternativos - os botecos sujos pseudo chiques que essa galerinha adora; e puxar papo sobre o PSTU e outras asneiras políticas. Me tornando uma das muitas pseudo intelectuais desse mundo injusto, aumento minhas chances de me tornar mulherzinha consideravelmente. Uma mulherzinha irritante. Uma riquinha, estudante da PUC ou FAAP, metida co política, metida a elitizada, metida a rebelde. Mulherzinha pretensiosa, metida a escritora underground. Algumas citações prolixas no facebook e/ou twitter (todo bom alternativo safado tem facebook ou twitter), e voilà! Sou uma mulherzinha.

Preciso mesmo ser uma mulherzinha. Deve ser mais legal. Minha vida de mulher normal está me cansando, minha gente!
 
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